O tabagismo mata cerca de 5 milhões de pessoas por ano no mundo - 200 mil no Brasil. Para combater o hábito de fumar e divulgar informações sobre os males causados pelo cigarro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) institui, desde 1987, o 31 de maio como Dia Mundial Sem Tabaco.
A pneumologista Maria Vera Cruz de Oliveira Castellano, coordenadora do Ambulatório de Tabagismo do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo, explica o motivo da dependência: “O cigarro tem nicotina. Essa substância estimula a produção de dopamina e serotonina, que dão sensação de prazer e deixam a pessoa em alerta, ou seja, sensações agradáveis. Mas, depois de uma hora, o corpo sente a falta da nicotina, o que leva o indivíduo a querer fumar mais”.
Apenas 3% a 5% dos fumantes conseguem parar espontaneamente. Os demais precisam de apoio, como um atendimento específico, um centro de tratamento, um médico pneumologista. O tabagismo pode causar câncer de pulmão, de bexiga, de laringe, enfisema e infarto do miocárdio. O fumante passivo também está sujeito a ter essas doenças.
Vera Lúcia Vieira Machado, assistente administrativa, 58 anos, começou a fumar muito nova e manteve o hábito durante 35 anos. Queria parar para preservar a saúde. Com a mudança, diz que melhorou a qualidade de vida, o sono e o paladar. Ela deixou de tossir e sentir falta de ar ao caminhar. “A primeira vez que deixei de fumar foi com uma palestra que assisti no posto de saúde. Parei durante um ano e voltei. A segunda vez foi com minha força de vontade mesmo, e já não fumo há três anos”, conta Vera Lúcia Machado que acredita que fumava por ansiedade.
José Marcos de Melo Pimentel, 58 anos, autônomo, fumou durante 25 anos e resolveu parar por seu filho, que toda noite, antes de dormir, pedia que deixasse o vício. Para ele, a decisão de parar era difícil, mas não impossível e foi um desafio. Atualmente, 11 anos depois de parar de fumar, José Marcos diz que tudo em sua vida melhorou. “Tudo mudou depois que parei de fumar, principalmente a disposição, o apetite, a pele e o sabor dos alimentos que está mais apurado".
Outro exemplo de força de vontade é Julianna Motter, 19 anos, estudante de letras da Universidade de Brasília (UnB). Ela começou a fumar aos 14 anos e decidiu parar por causa da saúde, mas principalmente pela namorada. Há dois meses sem fumar, Julianna conta que o o fôlego e a disposição foram os primeiros benefícios. Acrescenta, porém, que não tem sido fácil. “Eu me tornei uma pessoa mais irritável, em constante TPM [tensão pré-menstrual}. E,quando quase perdi a pessoa que amo, foi ainda mais difícil não me render à nicotina”, disse.
Fonte: Agência Brasil
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