quinta-feira, 5 de julho de 2012

OS LIMITES DA PERCEPÇÃO


"Qualquer coisa que nós vemos é limitada, qualquer coisa que nós sentimos é limitada, todas as percepções são limitadas. Mas se você puder estar consciente, então, toda coisa limitada estará desaparecendo no ilimitado. Olhe para o céu. Você verá uma parte limitada dele, não porque o céu seja limitado, mas porque os seus olhos são limitados, o seu foco é limitado. Mas se você puder tornar-se consciente de que essa limitação é por causa do foco, por causa de seus olhos, que não é o céu que é limitado, então você verá os limites fundindo-se com o ilimitado. Qualquer coisa que nós vemos torna-se limitado por causa de nossa visão. Fora isso a existência é ilimitada, fora isso tudo está se dissolvendo em alguma outra coisa. Tudo está perdendo os seus limites, a todo momento as ondas estão desaparecendo dentro do oceano, e não há qualquer fim para coisa alguma, e não há qualquer começo. Todas as coisas são todas as coisas. (...) Assim, sempre que você vir alguma coisa limitada, lembre-se de que além do limite ela está desaparecendo, a limitação está desaparecendo. Sempre olhe além e além. Então, você pode fazer uma meditação. Simplesmente sente-se debaixo de uma árvore e olhe. Qualquer coisa que vier à sua visão, vá além, olhe além e não pare em lugar algum. Simplesmente descubra onde essa árvore está se dissolvendo. Esta árvore, esta pequena árvore em seu jardim, tem toda a existência dentro dela. Ela está se dissolvendo a todo instante. Se o Sol não nascer amanhã, esta árvore morrerá, porque a vida desta árvore está junta com a vida do Sol. A distância entre eles é muito grande; para os raios do Sol atingirem a Terra leva tempo, um tempo de dez minutos. Um tempo de dez minutos é muito longo, porque a luz se propaga numa velocidade tremendamente rápida. A luz se propaga a uma velocidade de cento e oitenta e seis mil milhas num segundo e ela, partindo do Sol, leva 10 minutos para alcançar esta árvore. A distância é tremenda, é vasta. Mas se o Sol não estiver mais lá, esta árvore imediatamente desaparecerá. Eles existem juntos. A árvore está se dissolvendo a cada momento no Sol e o Sol está se dissolvendo na árvore. A todo momento o Sol está entrando na árvore, fazendo-a viver. Uma outra coisa é ainda desconhecida pela ciência, mas a religião diz que está acontecendo: é que na vida nada pode existir sem resposta. Se o Sol está dando vida à árvore, a árvore deve estar devolvendo vida ao Sol, porque na vida existe sempre uma resposta e a energia equaliza. A árvore deve estar dando vida ao Sol. Eles são um. Então, a árvore desaparece, a limitação desaparece. Sempre que você olhar, olhe para o além e não pare em lugar algum. Continue e continue até você perder a sua mente, até você perder todos os seus padrões limitados. De repente, você estará iluminado. Toda a existência é uma unidade. Essa unidade é a meta. E, de repente, a mente estará cansada de padrões, limitações, fronteiras. E na medida em que você continua insistindo em ir além, puxando para além e além, a mente escorrega. De repente ela desiste, e você olha para a existência como uma vasta unidade, todas as coisas se dissolvendo em outras coisas, todas as coisas se transformando em outras coisas. Você pode fazer uma meditação a partir disso. Sente-se por uma hora e trabalhe com isso. Não crie limitação em lugar algum. Qualquer que seja a limitação, tente encontrar o além e mova-se para lá e continue movendo-se. Logo a mente ficará cansada, porque a mente não agüenta o ilimitado. Somente com o limitado ela pode se relacionar. Com o ilimitado ela não consegue se relacionar. Ela fica entediada, ela fica cansada. Aí ela diz: 'Chega! Agora pare!' Mas não pare, continue se movendo. Chegará o momento em que a mente ficará para trás e somente a consciência estará se movendo. Nesse momento você terá a iluminação da unidade, da não-dualidade. Essa é a meta. Esse é o pico mais alto da consciência. E esse é o maior êxtase possível para a mente humana e a mais profunda felicidade." (OSHO)

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