quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

CE terá dez centros 24h para tratar dependentes químicos


O Ceará ganhará dez Centros de Atenção Psicossocial de Álcool e Outras Drogas 24 horas (Caps AD III). Esta é a proposta inicial do Ministério da Saúde divulgada, na manhã de ontem, em reunião com membros da Secretária de Saúde do Estado (Sesa) e representantes de diversos municípios. Esteve como principal assunto em questão, os meios para a implantação e estruturação da Rede de Atenção Psicossocial, com cobertura regionalizada e ampliada.
O Caps AD III é uma unidade de Atenção Psicossocial capacitado para oferecer assistência aos dependentes químicos e portadores de transtornos mentais. Sendo parte do plano integrado de enfrentamento ao crack do Governo Federal, o Caps corresponde a mais um dispositivo das prioridades da gestão estadual, que, por determinação, atuará no desenvolvimento de ações de promoção, prevenção, tratamento e redução de danos aos usuários de álcool e outras drogas.

Existem no Ceará, hoje, 17 Caps AD, seis deles em Fortaleza, e outros 11 no interior do Estado. A proposta do Ministério da Saúde é transformar parte deles em Caps AD III, com funcionamento 24 horas, inclusive durante os fins de semana e feriados.

Meta

A meta para 2012 é implantar 134 unidades em todo o País, uma média nacional estabelecida de um total de dez centros por Estado.

"Pensando no critério de número de habitantes existe ainda a possibilidade da criação de novos centros", afirma Mariana Schorn, técnica do Ministério.

A visita dos técnicos do Ministério da Saúde visa conhecer a realidade dos centros, verificar em cada o interesse no processo de qualificação e as possibilidades de adequação ao novo formato. A proposta de implantação dos Caps AD III atenderá, de início, os municípios de Fortaleza, Caucaia, Maracanaú, Limoeiro do Norte, Quixeramobim, Sobral, Camocim, Iguatu e Juazeiro do Norte. No entanto, diversos são os entraves para a viabilização dos centros, conforme apontaram membros de saúde presentes na reunião.

De acordo com o médico psiquiatra Weimar Gomes, a realidade enfrentada pelos municípios está muito aquém do necessário para um projeto desse porte, que precisa trabalhar de forma articulada com as unidades básicas de saúde.

"A proposta é boa, mas a nossa realidade é precária" diz. Para Karine Lima, coordenadora de Saúde Mental de Maracanaú, o Ministério da Saúde precisa realizar um acompanhamento mais próximo, que possibilite uma avaliação dos atendimentos como forma de pressionar a gestão municipal, que ainda não prioriza a saúde mental.

Fonte: Diário do Nordeste

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